“Basta um único dia ruim para que o homem mais são caia na loucura”.
- Eduardo Alves
- Oct 7, 2021
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Por Luiz Gustavo Silva Carvalho, aluno do 2º C, do CEMTN.

A meritocracia é uma organização hierárquica que se baseia no mérito individual de
cada pessoa, mas quando falamos dessa formação no Brasil, um país cheio de
desigualdades, caímos em uma armadilha. Pessoas que vivem à margem da
sociedade, marginalizadas e abandonadas pelo aparato estatal; revoltadas, mas o
que podem fazer? Lá, jaz o Estado, que nunca deu o suporte e a importância que
tais indivíduos mereciam.
Populações ocidentais desde sempre estimulam o comportamento meritocrático,
incentivando a individualidade, pouco falando sobre o coletivismo. Tais
comportamentos podem ser bons, dentro de uma sociedade igualitária, onde todos
tem as mesmas oportunidades e, portanto, o que os diferenciam é o seu esforço e o
quanto almejam aquilo que querem, já, no Brasil, o individualismo é uma
característica de pessoas da elite, que parecerem viver em um universo paralelo ao
nosso, por carecerem consciência de classe são incapazes de enxergar as mazelas
da sociedade e, portanto, acabam por tratar qualquer pessoa que, em algum
momento da vida, frequentou o sistema penitenciário, como alguém imperdoável,
estigmatizando-a para a vida toda, no qual indivíduo perde a capacidade de se
importar com os outros, já que ninguém mais se interessa por ele.
Crimes não devem ser justificados, porém, devemos observar os fatores
determinantes que levam o indivíduo à cometer tal ato, os motivos podem variar,
mas na maioria das vezes são praticados por fatores econômicos que são
evidenciados pela desigualdade social vividas por essas pessoas, o papel do
Estado é prover direitos básicos para essas pessoas, porém, acabam que, por
incentivar tais atos, estigmatizando o indivíduo e rotulando ele para a vida toda,
dificultando sua ressocialização. A atuação do Governo na repressão ao crime na
maioria das vezes é questionável, o sistema penitenciário deteriora o indivíduo,
fazendo o contrário do que foi proposto anteriormente, no qual o indivíduo acaba se
adaptando ao local que foi inserido e pode futuramente se estabelecer na “vida do
crime”.
Se é cobrado tanto do cidadão pela parte do aparato governamental, mas ele não
estava lá para prover o básico necessário para subsidiar uma vida de qualidade e
com oportunidades para o indivíduo, não estava disponível para proporcionar à
pessoa uma vida decente naquele momento de desespero e angústia. E onde ele
não atua, a população faz suas próprias regras e consequentemente sua própria
justiça.
Em uma população desigual, devemos ter a consciência de nosso lugar na pirâmide
social, compreendendo que os casos devem ser observados e analisados por
diferentes óticas. Fala-se tanto em individualidade, porém quando se trata de
marginalizados, todos são iguais, são apenas números sem importância
para o Governo, um pensamento que deve ser mudado em sua raiz, através de
programas de conscientização, também compreendendo que esse indivíduo deve
ser tratado como uma pessoa e, portanto, deve ser ressocializado e reeducado para
ser reinserido dentro da sociedade.
Muito bom!! Suas redações são as melhores <3